terça-feira, 6 de novembro de 2012

Já dizia Cazuza...

Vida louca vida...
Eu fico constantemente me perguntando quantas vezes eu vou ter a oportunidade de levantar da cama, fazer uma prece, escovar os dentes, tomar um café, dar bom dia pra galera aqui em casa, abraçar minha cachorrinha, olhar o sol, a copa das arvores movendo conforme o vento quente daqui onde eu moro... Quantas vezes eu vou poder ligar o carro, dar a ré na garagem, sair pra fazer qualquer coisa, dar minhas aulas de ballet, olhar no rosto das minhas pequenas bailarinas, dos meus professores, dos meus amigos.
Quantas vezes eu vou abraçar minha mãe, beijar meu avô, falar com meu pai, brincar com os irmãos...Contemplar minha família. Quantas serão as vezes que eu vou poder tomar sol, ir pra faculdade, reclamar da demora do ônibus e rir por isso, por ainda ser estudante. Quantas vezes vou abrir o caderno, anotar meus pensamentos, desenhar minha letra, e escrever nada em movimentos desconexos com a caneta.
Quantas vezes eu ainda vou ter a chance de olhar pro céu e imaginar o que existe além dele e porque eu vim pra esse mundo tão louco, cheio de gente estranha e me perguntar se sou estranha também...Se eu ainda vou poder comer brigadeiro até passar mal, locar filmes e nem assisti-los, olhar o entardecer no rio que passa no fundo de casa.
Quantas vezes eu vou poder desenhar o rosto das pessoas que eu amo em minha mente, lembrar do meu passado com gratidão, dos meus erros como aprendizado e das minhas lágrimas como fortaleza.
Quantas vezes ainda vou poder conversar com as minhas amigas, contar dos meus lamentos, das minhas alegrias, dos meus sonhos, de rir com elas, de sair e esquecer da vida.
Quantas vezes ainda eu vou desejar tanta coisa, rascunhar os planos, abraçar os danos e aprender com eles.
Quantos dias ainda eu tenho pra caminhar nessa estrada...
Quantos minutos eu ainda poderei contar...

Mas enquanto eu não tenho a resposta disso tudo, descobri que Deus me deu cada dia pra eu viver com todo o amor e resignação possível...Com fé.
Então daí, quando eu não mais poder viver isso,
já terei vivido suficiente.
E feliz!